O estilo livre da escola ikenobo está para a ikebana como a bossa nova está para a música popular brasileira.
A princípio, a composição parece ser a mais fácil de fazer. Ele é aparentemente leve, livre e solta, afinal não há regras, daí justamente ser chamada estilo livre.
Mas qualquer pessoa que aprecia música sabe que há muito planejamento e pensamento por trás das composições supostamente descontraídas de Tom Jobim e outros do período.
No estilo livre acontece o mesmo. Neste arranjo, por exemplo, a preocupação é precisamente que o arranjo não tenha referências que remetam aos outros estilos, como o rikka, o shoka e o moribana.
Para conseguir este efeito, há uma mistura bastante eclética de flores, combinando o amarelo intenso dos girassóis (Helianthus annuus), planta originária da América Tropical, com sua cor complementar, o roxo do lisianto (Eustoma grandiflorum), esta nativa dos Estados Unidos.
O acabamento do arranjo é dado pela grande folha verde da jibóia (Epipremnun pinnatum), pois neste estilo é fundamental vedar a visão do kenzan, o suporte de metal onde ficam fixadas as plantas.
A flor branca do antúrio (Anthurium andraeanum Linden), planta originária da Colômbia) passa quase desapercebido, porém é fundamental para iluminar o núcleo central da composição.
Finalmente, a sassanqua (Camelia Sassanqua), com suas folhas arredondadas de um verde intenso, dá profundidade ao arranjo.
Foto e ikebana: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka