Segundo a Japan Encyclopedia, o estilo Rikka foi codificado em 1462 pelo grão-mestre Sengyo Ikenobo, durante o período Muromachi (1338–1573). Ele é a base da ikebana, sobre a qual evoluíram todos os outros estilos.
É desta época a composição básica de um arranjo Rikka clássico, que consiste em sete partes principais (shin, soshin (ou shin-kakushi, soe, soe-uke, mikoshi, nagashi e maeoki).
No final do século 16, os mestres Senko I e, no século 17, Senko II, completaram o estilo, que hoje pode conter até nove elementos (shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
O vaso adequado para este estilo em geral tem de 20 a 30 cm de altura, devendo ser aberto no topo. Os ramos devem elevar-se eretos do centro do kenzan, como se fossem um único galho.
Segundo o site da Ikenobo Society of Floral Art, organização japonesa com sede em Quioto que congrega os praticantes de Ikebana Ikenobo, há pinturas mostrando o estilo Rikka feito por Senko II no templo de Manshuin, nas bibliotecas de Yomei-bunko e do Ikenobo Headquarters, em Quioto, e no Museu Nacional de Tóquio.
Ainda hoje, o estilo Rikka é o mais sofisticado da escola de Ikebana Ikenobo.
Rikka shofutai, um clássico moderno
O estilo tradicional Rikka é um arranjo muito elaborado, podendo levar horas para ser executado.
No final do século 19, início de 1900, foi desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, que era mais fácil de ser feito e, portanto, ensinado.
Ele consiste de nove elementos (yakueda): shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
Quem entende sua linguagem visualiza uma paisagem bem definida, formada por meio dos elementos que saem de pontos precisos (de).
Rikka shimputai, inovador e contemporâneo
A partir do fato de que nosso estilo de vida está passando por grandes mudanças, em 1999 o atual grão-mestre da escola Ikenobo, Sen'ei Ikenobo, idealizou um formato estilizado de rikka, que chamou de shimputai.
Mais simples de ser realizado, o Rikka Shimputai tem dois elementos básicos: o galho principal (shu) e o complementar (yo).
A ele podem ser acrescidos complementos (ashirais), se necessário:
Shoshin : cria um elemento central no arranjo.
Nagashi: imprime estabilidade à composição.
Maeoki:funciona como uma âncora, dando beleza ao trabalho.
Hikae: equilibra a ikebana.
No caso do Rikka Shimputai, mais importante do que seguir regras é o desenho, a concepção do arranjo, que é bastante individual. O arranjo deve criar harmonia no contexto do estilo de vida contemporânea.
Fontes:
Ikenobo Ikebana Floral Art.
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
Monica Martinez
Foto: Primeiro arranjo: Senko Ikenobo II, Rikka-zu, número 59.
Segundo e terceiro arranjos: Sen'ei Ikenobo.
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