sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

As origens da ikebana


Ikebana (de ike, vivificar, e bana, flor) é uma arte tradicional japonesa.

Sua origem remonta ao século VI, período de intenso intercâmbio cultural entre China e Japão. Neste momento em que o budismo é introduzido no Japão, via Korea, os japoneses acolhem igualmente o hábito de colocar flores nos altares. Tratavam-se das tatebanas (de tateru, colocar as flores em pé, na vertical).

“Muitos são os estudiosos que acreditam que a própria origem do Ikebana está ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda. Mas, por outro lado, não podemos esquecer que antes do Budismo ser introduzido no Japão já havia o costume de se oferecer flores aos deuses”, dizem Kimiko Abe e Tokulo Kawamura, autoras de Ikebana – Arte e Criação no Estilo Ikenobo. O mais provável, portanto, é que tenha havido uma convergência de práticas.

No período Heian (794-1192) a prática de arranjar flores em vasos descola-se das oferendas budistas, popularizando-se entre a aristocracia local. Os poemas e escritos daquela época, como A antologia de Waka (Kokin Wakashu), do início do século 10 d C., e A História de Hikaru Genji (Genji Monogatari), do século 11, contêm descrições vívidas da elite apreciando os arranjos.

Já no período Kamakura (1192-1333), quem abraça a arte de arranjos florais é uma nova e poderosa elite formada por guerreiros (samurais). A mudança social provoca alterações no estilo de vida e na própria arquitetura, como o surgimento nas residências de tokonomas – espécies de alcovas sagradas localizadas na sala de visitas (zashiki). Segundo o Livro de Ikebana (Ikenobo Kaden-sho, Part I), é o tokonoma que passa a ostentar o vaso com arranjo de flores, bem como incensos e velas.

Leia também
As bases filosóficas da ikebana: Budismo
As bases filosóficas da ikebana: Bushidô

Nenhum comentário:

Postar um comentário