O arbusto japonês Utsugi (Deutzia crenata) tem delicadas e perfumadas flores brancas, que são o ponto central do arranjo (shu). Os antúrios brancos (Anthurium andraeanum) fazem a transição suave para o elemento secundário (yo), os antúrios vermelhos.
O lisianto roxo (Eustoma grandiflorum), originário dos Estados Unidos, atua como shoshin, o elemento central e ereto da composição. Já a elegante folha de aspidista (Aspidistra elatior), nativa da China, à direita, é um nagashi, elemento que dá estabilidade ao arranjo.
Ao centro, os belíssimos copos-de-leite de cor marrom (Zantedeschia) funcionam como maeoki, elemento que ancora a ikebana. Para compensar o arranjo à esquerda, a beleza da everest, florzinha branca sem perfume, no lugar de hikae.
Foto e arranjo: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka
Espaço dedicado à prática e reflexão da mais tradicional escola clássica de arranjo floral japonês. Space dedicated to the practice and reflection of the classical school of Japanese flower arrangement
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Rikka shimputai de inverno
Nesta Rikka Shimputai, a beleza fica por conta da etrelítzia ou ave-do-paraíso (Strelitzia reginae), o elemento principal deste arranjo (shu). Seu complemento perfeito, as folhas de aspidistra (Aspidistra elatior), não lhe roubam a primazia. Enquanto a gérbera (Gerbera jamesonni) dá um toque colorido à composição, a flor-de-pêssego, delicadamente, marca a estação invernal.
Fotos e ikebana: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka
Fotos e ikebana: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka
sexta-feira, 17 de junho de 2011
O significado simbólico do Ikebana 2
Neste estudo dos elementos, o galho principal (shin) simboliza as montanhas mais altas.
Este arranjo é um Rikka clássico, Shofutai, chamado Sugushin porque possui o shin reto.
Arranjo e foto: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka
Vaso: Hélio Tanaka
In this study of the elements, the main branch (shin) symbolizes the highest mountains.
This arrangement is a classic Rikka Shofutai Sugushin because it has the right shin.
Ikebana and photo: Monica Martinez
Advisor: Emilia Tanaka
Vase: Helio Tanaka
sexta-feira, 10 de junho de 2011
O significado simbólico da Ikebana 1
No estilo Rikka Shofutai, cada galho é colocado de tal forma a sugerir uma imagem. Preste atenção no primeiro galho que aparece à direita, de baixo para cima. Em japonês, ele se chama Nagashi e evoca um riozinho que corre docemente pelo vale, em busca do oceano representado pela água do vaso.
Este arranjo é um Rikka Shofutai (clássico) Sugushin, pois tem o shin reto (aqui representado pelas duas flores roxas altas).
Arranjo e foto: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka, Associação de Ikebana Kado Ikenobo Tatibana da América Latina.
Vaso: Helio Tanaka.
Shofutai Rikka style: each branch is placed in such a way as to suggest an image. Pay attention to the first branch that appears to the right, bottom to top. In Japanese it is called Nagashi. It evokes a stream that flows gently through the valley in search of the ocean represented by the water of the vase.
This arrangement is called Rikka Shofutai (classical) Sugushin as it has the right shin (represented here by the two tall purple flowers).
Ikebana and foto: Monica Martinez
Supervision: Emília Tanaka, Associação de Ikebana Kado Ikenobo Tatibana da América Latina.
Vase: Helio Tanaka.
Este arranjo é um Rikka Shofutai (clássico) Sugushin, pois tem o shin reto (aqui representado pelas duas flores roxas altas).
Arranjo e foto: Monica Martinez
Orientação: Emília Tanaka, Associação de Ikebana Kado Ikenobo Tatibana da América Latina.
Vaso: Helio Tanaka.
Shofutai Rikka style: each branch is placed in such a way as to suggest an image. Pay attention to the first branch that appears to the right, bottom to top. In Japanese it is called Nagashi. It evokes a stream that flows gently through the valley in search of the ocean represented by the water of the vase.
This arrangement is called Rikka Shofutai (classical) Sugushin as it has the right shin (represented here by the two tall purple flowers).
Ikebana and foto: Monica Martinez
Supervision: Emília Tanaka, Associação de Ikebana Kado Ikenobo Tatibana da América Latina.
Vase: Helio Tanaka.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A importância dos complementos
Neste arranjo clássico, o destaque fica por conta dos complementos (ashirais). Note a flor-de-ervilha, cujo delicado tom roxo dá vida à parte frontal da composição.
In this classic arrangement, the emphasis is on account of additional elements (ashirais). Note the flower of pea, whose delicate purple shade gives life to the front part of this ikebana.
Arranjo: Elza Oguma
Orientação: Emília Tanaka
Foto: Monica Martinez
In this classic arrangement, the emphasis is on account of additional elements (ashirais). Note the flower of pea, whose delicate purple shade gives life to the front part of this ikebana.
Arranjo: Elza Oguma
Orientação: Emília Tanaka
Foto: Monica Martinez
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Estilo clássico, galho principal duplo
sexta-feira, 20 de maio de 2011
O outono em um Rikka clássico
Neste Rikka Shofutai, as cores do outono estão presentes no crisântemo (soshin) e na folhagem (do). A escolha correta do vaso garante a estabilidade necessária ao arranjo.
In this Rikka Shofutai , chrysanthemum and foliage symbolize autumn. The correct choice of the vase provides the necessary stability to the arrangement.
Foto e arranjo: Monica Martinez
Orientação: Emília e Hélio Tanaka
In this Rikka Shofutai , chrysanthemum and foliage symbolize autumn. The correct choice of the vase provides the necessary stability to the arrangement.
Foto e arranjo: Monica Martinez
Orientação: Emília e Hélio Tanaka
terça-feira, 17 de maio de 2011
Os bastidores de um arranjo
Muito da beleza da Ikebana Ikenobo não está no que os olhos vêem, mas no que é invisível aos olhos. Neste arranjo em estilo clássico (Rikka Shofutai), por exemplo, praticamente todas as plantas foram aramadas para ficarem na posição exata. Observe o mizuguiwa, a linha reta que fica entre a linha da água e o arranjo propriamente dito.
Much of the beauty of Ikebana Ikenobo is not what the eyes see, but what is invisible to the eye. In this arrangement in the Rikka Shofutai classical style, for example, almost all plants were wired to stand in the exact position. Note the mizuguiwa, the straight line that lies between the waterline and the arrangement itself.
Arranjo, texto e foto: Monica Martinez
Much of the beauty of Ikebana Ikenobo is not what the eyes see, but what is invisible to the eye. In this arrangement in the Rikka Shofutai classical style, for example, almost all plants were wired to stand in the exact position. Note the mizuguiwa, the straight line that lies between the waterline and the arrangement itself.
Arranjo, texto e foto: Monica Martinez
sexta-feira, 29 de abril de 2011
A chave para decifrar o estilo Rikka
Uma das questões mais apaixonantes do estudo do estilo Rikka é que não se trata apenas de um mero arranjo. Por meio de galhos, folhas e flores, há uma paisagem simbolizada: uma montanha como a da figura acima.
Para ser bem-sucedido nesta estilização de formas é preciso muita atenção à estrutura do arranjo, como pode ser observado na figura ao lado.
O esforço, contudo, vale a pena. Basta olhar para o arranjo abaixo, feito por Emília Tanaka:
domingo, 27 de março de 2011
O Rikka moderno
Em 1999, o atual grão-mestre da escola Ikenobô, Sen'ei Ikenobo, desenvolveu um novo estilo de Rikka, chamado Shimputai ou moderno.
O novo estilo não tem regras tão rígidas quanto o Rikka clássico, permitindo a expressão da criatividade individual. Isso porque sua base são apenas dois galhos principais:
Shu: galho principal, em geral o mais expressivo do arranjo.
Yo: o galho secundário, que deve complementar o arranjo sem roubar a beleza do Shu.
Em seguida, finaliza-se o arranjo, colocando-se os ashirais (complementos). Não se deve esquecer também de cuidar do mizuguiwa , isto é, da linha que une o arranjo à água. Não há número determinado de elementos complementares no Rikka shimputai, mas é preciso lembrar que menos é sempre mais em Ikebana Ikenobo.
Nestes arranjos, respectivamente de Monica Martinez, Elza Oguma e Elza Baptista, os elementos shu são representados pela dália e pela helicônia. As fotografias são de Elza Oguma.
segunda-feira, 21 de março de 2011
SOS Japão
A menina salva
do meio do lamaçal --
Uma flor-de-lótus?
Haicai: Monica Martinez
Por conta do custo do envio e da situação precária em que alguns aeroportos e estradas japonesas ainda se encontram, a melhor forma de ajudar as vítimas da recente tragédia é por meio de doações em dinheiro.
As contribuições serão arrecadadas até 30 de abril.
CONTAS BANCÁRIAS PARA DOAÇÃO
Associação Miyagui Kenjinkai
CNPJ: 47.174.727/0001-59
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 120459-9
Beneficência Nipo-Brasileira
CNPJ: 60.992.427/0001-45
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 131000-3
Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil CNPJ: 46.568.895/0001-66
Banco do Brasil
Agência: 1196-7
Conta-corrente: 29921-9
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social CNPJ: 61.511.127/0001-60
Bradesco
Agência: 0131-7
Conta-corrente: 112959-7
Santander
Agência: 4551
Conta-corrente: 13090004-4
ONDE SABER MAIS
Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil. R. Tomás Gonzaga, 95, Liberdade, tel. 3207-2383.
Associação Fukushima Kenjin do Brasil.
R. da Glória, 721, Liberdade, tel. 3208-8499.
Associação Miyagui Kenjikai do Brasil.
R. Fagundes, 152, Liberdade, tel. 3209-3265.
Fonte: Revista da Folha de S. Paulo, 20 a 26 de março de 2011.
do meio do lamaçal --
Uma flor-de-lótus?
Haicai: Monica Martinez
Por conta do custo do envio e da situação precária em que alguns aeroportos e estradas japonesas ainda se encontram, a melhor forma de ajudar as vítimas da recente tragédia é por meio de doações em dinheiro.
As contribuições serão arrecadadas até 30 de abril.
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Agência: 4551
Conta-corrente: 13090004-4
ONDE SABER MAIS
Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil. R. Tomás Gonzaga, 95, Liberdade, tel. 3207-2383.
Associação Fukushima Kenjin do Brasil.
R. da Glória, 721, Liberdade, tel. 3208-8499.
Associação Miyagui Kenjikai do Brasil.
R. Fagundes, 152, Liberdade, tel. 3209-3265.
Fonte: Revista da Folha de S. Paulo, 20 a 26 de março de 2011.
segunda-feira, 14 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
Celebração de 550 anos da Ikebana Ikenobo
Acredita-se que o templo Rokkakudo, localizado no centro de Quioto, foi fundado por Shotoku Taishi há cerca de 1 400 anos. Sacerdotes que faziam oferendas de flores aos altares budistas deste templo viviam próximo a um lago (ike em japonês) em uma pequena cabana (chamada bo). Por esta razão as pessoas começaram a chamar os monges pelo nome Ikenobo. Assim, a Ikebana começou e se difundiu com a escola Ikenobo, que teve muitos mestres famosos.
Em 1 462 Senkei Ikenobo foi descrito como “o mestre dos arranjos florais” em Hekizan Nichroku, o diário de Unzen Taikyoku, monge zen budista do Templo Tofukuji, de Quioto. Devido a este registro, o nome de Senkei Ikenobo permanece na história como o mestre que refinou a Ikebana.
Desta forma, em 2012 celebra-se o 550º. ano desde que o nome Ikenobo apareceu pela primeira vez em um registro histórico. Esta forma de arte enfrentou muitos momentos difíceis. Contudo, como diz Sen’ei Ikenobo, o 45º. grão-mestre desta escola, este marco “é o resultado do fato de que o espírito e a arte do Ikenobo têm passado desde então de professor a aluno, de pessoa a pessoa, e que as pessoas continuam a fazer arranjos de acordo com o espírito de seu tempo”.
“Eu acho que o Ikenobo tem uma missão a cumprir”, diz ele. “Nós enfrentamos mudanças dramáticas na cultura e nos valores japoneses, com velozes alterações na moderna sociedade japonesa. Ao dar continuidade aos esforços e ao entusiasmo de nossos antepassados, que também eles responderam às mudanças de seu tempo, fazemos o possível para que os valores do Ikenobo sejam amplamente reconhecidos na contemporaneidade”.
Ikenobo Ikebana 550th Year Celebration – Celebração de 550 anos da Ikebana Ikenobo – é o nome sob o qual vários eventos e atividades estão sendo organizados. As comemorações iniciam-se em novembro de 2011, durante a Exposição Tanabata, realizada no Japão, e encerram-se na mesma exibição em 2012.
Segundo Sen’ei Ikenobo, trata-se de uma oportunidade para rever o progresso feito até agora, bem como para determinar o caminho que será tomado no futuro.
Em 1 462 Senkei Ikenobo foi descrito como “o mestre dos arranjos florais” em Hekizan Nichroku, o diário de Unzen Taikyoku, monge zen budista do Templo Tofukuji, de Quioto. Devido a este registro, o nome de Senkei Ikenobo permanece na história como o mestre que refinou a Ikebana.
Desta forma, em 2012 celebra-se o 550º. ano desde que o nome Ikenobo apareceu pela primeira vez em um registro histórico. Esta forma de arte enfrentou muitos momentos difíceis. Contudo, como diz Sen’ei Ikenobo, o 45º. grão-mestre desta escola, este marco “é o resultado do fato de que o espírito e a arte do Ikenobo têm passado desde então de professor a aluno, de pessoa a pessoa, e que as pessoas continuam a fazer arranjos de acordo com o espírito de seu tempo”.
“Eu acho que o Ikenobo tem uma missão a cumprir”, diz ele. “Nós enfrentamos mudanças dramáticas na cultura e nos valores japoneses, com velozes alterações na moderna sociedade japonesa. Ao dar continuidade aos esforços e ao entusiasmo de nossos antepassados, que também eles responderam às mudanças de seu tempo, fazemos o possível para que os valores do Ikenobo sejam amplamente reconhecidos na contemporaneidade”.
Ikenobo Ikebana 550th Year Celebration – Celebração de 550 anos da Ikebana Ikenobo – é o nome sob o qual vários eventos e atividades estão sendo organizados. As comemorações iniciam-se em novembro de 2011, durante a Exposição Tanabata, realizada no Japão, e encerram-se na mesma exibição em 2012.
Segundo Sen’ei Ikenobo, trata-se de uma oportunidade para rever o progresso feito até agora, bem como para determinar o caminho que será tomado no futuro.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Novo Jiuyka
Feitos no novo formato do estilo Jiyuka (livre), estes três arranjos têm em comum a busca por expressar uma ideia original. O uso da estrelítzia, que floresce no verão, indica a estação.
No mais, recomenda-se não mostrar o mizuguiwa, a linha que separa o vaso do arranjo -- uma característica dos estilos Rikka e Shoka.
A ideia, também, é privilegiar o uso de plantas naturais, com o mínimo de intervenção possível.
Monica Martinez
Fotos: Monica Martinez
Arranjos: Elza Baptista, Monica Martinez e Mariko Tamari.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Curso de Ikebana para Iniciantes
Estarão abertas, no período de 1º. a 4 de março de 2011, as inscrições para o curso anual de extensão de Ikebana da Universidade de São Paulo. Este ano, o curso será ministrado pelo professor Hélio Tanaka, da Associação de Ikebana Kado Ikenobo Tatibana da América Latina, tendo como professora assistente Lia Ritsuko Okamura Ueno.
O curso é ministrado na Casa da Cultura Japonesa (Av. Professor Lineu Prestes, 159 – 1o andar- Cidade Universitária – São Paulo), mas as inscrições devem ser feitas no horário das 09h às 16h30 na sala 126 – Prédio da Administração da Letras – FFLCH/USP – R. do lago 717 – Cidade Universitária – Butantã – SP.
Há 30 vagas para alunos, docentes, funcionários, melhor idade e comunidade, sendo o critério de seleção a ordem de inscrição. Os documentos necessários para matrícula são RG, CIC, carteirinha da USP (alunos, docentes e funcionários)e último holerite para professores ativos da rede pública de ensino.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (11)3091-4645, e-mail agenda@usp.br e no site da USP.
O curso é ministrado na Casa da Cultura Japonesa (Av. Professor Lineu Prestes, 159 – 1o andar- Cidade Universitária – São Paulo), mas as inscrições devem ser feitas no horário das 09h às 16h30 na sala 126 – Prédio da Administração da Letras – FFLCH/USP – R. do lago 717 – Cidade Universitária – Butantã – SP.
Há 30 vagas para alunos, docentes, funcionários, melhor idade e comunidade, sendo o critério de seleção a ordem de inscrição. Os documentos necessários para matrícula são RG, CIC, carteirinha da USP (alunos, docentes e funcionários)e último holerite para professores ativos da rede pública de ensino.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (11)3091-4645, e-mail agenda@usp.br e no site da USP.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Rikka shofutai, um clássico moderno
O estilo tradicional Rikka é um arranjo muito elaborado, podendo levar horas para ser executado.
No final do século 19, início de 1900, foi desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, que era mais fácil de ser feito e, portanto, ensinado.
Ele consiste de nove elementos (yakueda): shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
Quem entende sua linguagem visualiza uma paisagem bem definida, formada por meio dos elementos que saem de pontos precisos (de).
Texto: Monica Martinez
Arranjo: Sen'ei Ikenobo.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Rikka, o estilo clássico
Segundo a Japan Encyclopedia, o estilo Rikka foi codificado em 1462 pelo grão-mestre Sengyo Ikenobo, durante o período Muromachi (1338–1573). Ele é a base da ikebana, sobre a qual evoluíram todos os outros estilos.
É desta época a composição básica de um arranjo Rikka clássico, que consiste em sete partes principais (shin, soshin (ou shin-kakushi, soe, soe-uke, mikoshi, nagashi e maeoki).
No final do século 16, os mestres Senko I e, no século 17, Senko II, completaram o estilo, que hoje pode conter até nove elementos (shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
O vaso adequado para este estilo em geral tem de 20 a 30 cm de altura, devendo ser aberto no topo. Os ramos devem elevar-se eretos do centro do kenzan, como se fossem um único galho.
Segundo o site da Ikenobo Society of Floral Art, organização japonesa com sede em Quioto que congrega os praticantes de Ikebana Ikenobo, há pinturas mostrando o estilo Rikka feito por Senko II no templo de Manshuin, nas bibliotecas de Yomei-bunko e do Ikenobo Headquarters, em Quioto, e no Museu Nacional de Tóquio.
Ainda hoje, o estilo Rikka é o mais sofisticado da escola de Ikebana Ikenobo.
Rikka shofutai, um clássico moderno
O estilo tradicional Rikka é um arranjo muito elaborado, podendo levar horas para ser executado.
No final do século 19, início de 1900, foi desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, que era mais fácil de ser feito e, portanto, ensinado.
Ele consiste de nove elementos (yakueda): shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
Quem entende sua linguagem visualiza uma paisagem bem definida, formada por meio dos elementos que saem de pontos precisos (de).
Rikka shimputai, inovador e contemporâneo
A partir do fato de que nosso estilo de vida está passando por grandes mudanças, em 1999 o atual grão-mestre da escola Ikenobo, Sen'ei Ikenobo, idealizou um formato estilizado de rikka, que chamou de shimputai.
Mais simples de ser realizado, o Rikka Shimputai tem dois elementos básicos: o galho principal (shu) e o complementar (yo).
A ele podem ser acrescidos complementos (ashirais), se necessário:
Shoshin : cria um elemento central no arranjo.
Nagashi: imprime estabilidade à composição.
Maeoki:funciona como uma âncora, dando beleza ao trabalho.
Hikae: equilibra a ikebana.
No caso do Rikka Shimputai, mais importante do que seguir regras é o desenho, a concepção do arranjo, que é bastante individual. O arranjo deve criar harmonia no contexto do estilo de vida contemporânea.
Fontes:
Ikenobo Ikebana Floral Art.
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
Monica Martinez
Foto: Primeiro arranjo: Senko Ikenobo II, Rikka-zu, número 59.
Segundo e terceiro arranjos: Sen'ei Ikenobo.
É desta época a composição básica de um arranjo Rikka clássico, que consiste em sete partes principais (shin, soshin (ou shin-kakushi, soe, soe-uke, mikoshi, nagashi e maeoki).
No final do século 16, os mestres Senko I e, no século 17, Senko II, completaram o estilo, que hoje pode conter até nove elementos (shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
O vaso adequado para este estilo em geral tem de 20 a 30 cm de altura, devendo ser aberto no topo. Os ramos devem elevar-se eretos do centro do kenzan, como se fossem um único galho.
Segundo o site da Ikenobo Society of Floral Art, organização japonesa com sede em Quioto que congrega os praticantes de Ikebana Ikenobo, há pinturas mostrando o estilo Rikka feito por Senko II no templo de Manshuin, nas bibliotecas de Yomei-bunko e do Ikenobo Headquarters, em Quioto, e no Museu Nacional de Tóquio.
Ainda hoje, o estilo Rikka é o mais sofisticado da escola de Ikebana Ikenobo.
Rikka shofutai, um clássico moderno
O estilo tradicional Rikka é um arranjo muito elaborado, podendo levar horas para ser executado.
No final do século 19, início de 1900, foi desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, que era mais fácil de ser feito e, portanto, ensinado.
Ele consiste de nove elementos (yakueda): shin, shoshin, soe, uke, nagashi, mikoshi, hikae, do e maeoki), além de complementos (ashirais).
Quem entende sua linguagem visualiza uma paisagem bem definida, formada por meio dos elementos que saem de pontos precisos (de).
Rikka shimputai, inovador e contemporâneo
A partir do fato de que nosso estilo de vida está passando por grandes mudanças, em 1999 o atual grão-mestre da escola Ikenobo, Sen'ei Ikenobo, idealizou um formato estilizado de rikka, que chamou de shimputai.
Mais simples de ser realizado, o Rikka Shimputai tem dois elementos básicos: o galho principal (shu) e o complementar (yo).
A ele podem ser acrescidos complementos (ashirais), se necessário:
Shoshin : cria um elemento central no arranjo.
Nagashi: imprime estabilidade à composição.
Maeoki:funciona como uma âncora, dando beleza ao trabalho.
Hikae: equilibra a ikebana.
No caso do Rikka Shimputai, mais importante do que seguir regras é o desenho, a concepção do arranjo, que é bastante individual. O arranjo deve criar harmonia no contexto do estilo de vida contemporânea.
Fontes:
Ikenobo Ikebana Floral Art.
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
Monica Martinez
Foto: Primeiro arranjo: Senko Ikenobo II, Rikka-zu, número 59.
Segundo e terceiro arranjos: Sen'ei Ikenobo.
Glossário
Veja os termos mais usados em Ikebana Ikenobo:
Hasami: tesoura em aço, especial para a prática. Após o uso, deve ser limpa e guardada seca.
Kenzan: é o suporte usado para fixar os materiais florais. Disponível nos tamanhos pequeno, médio e grande, bem com em variados formatos, sendo o mais comum o redondo. Para mantê-lo em boas condições, seque-o e desempene os pinos após o uso, removendo eventuais restos de plantas antes de guardá-lo.
Kuge: o ato de colocar flores no altar de Buda.
Mizugiwa: espaço existente entre o nível da água e o arranjo.
Trata-se de uma característica fundamental da escola Ikenobo. Pode ser apreciado nos estilos Rikka e Shoka, sendo dispensável apenas no Jiyuka (livre).
Shussho: todas plantas compartilham algumas características, como crescer em direção ao sol. Contudo, cada espécie tem suas especificidades, que são conhecidas em japonês como Shussho.
Yakueda: elementos que compõem o arranjo.
Hasami: tesoura em aço, especial para a prática. Após o uso, deve ser limpa e guardada seca.
Kenzan: é o suporte usado para fixar os materiais florais. Disponível nos tamanhos pequeno, médio e grande, bem com em variados formatos, sendo o mais comum o redondo. Para mantê-lo em boas condições, seque-o e desempene os pinos após o uso, removendo eventuais restos de plantas antes de guardá-lo.
Kuge: o ato de colocar flores no altar de Buda.
Mizugiwa: espaço existente entre o nível da água e o arranjo.
Trata-se de uma característica fundamental da escola Ikenobo. Pode ser apreciado nos estilos Rikka e Shoka, sendo dispensável apenas no Jiyuka (livre).
Shussho: todas plantas compartilham algumas características, como crescer em direção ao sol. Contudo, cada espécie tem suas especificidades, que são conhecidas em japonês como Shussho.
Yakueda: elementos que compõem o arranjo.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
O surgimento da escola Ikenobo
Kao irai no Kadensho, o primeiro manuscrito conhecido sobre Ikebana, data de 1486. Contudo, a obra que marca o surgimento da escola Ikenobo seria escrita cerca de meio século mais tarde. Trata-se de Senno Kuden – Ensinamentos Orais de Senno Kuden – provavelmente de 1542, um ano antes do falecimento de seu autor, Senno Ikenobo, aos 61 anos de idade.
E porque Senno Kuden é considerada tão importante? Segundo o atual grão-mestre, Sen’ei Ikenobo em The Book of Ikebana, parte 1, o novo espírito dos arranjos florais está estabelecido no prefácio da obra:
“Eu tenho ouvido que flores têm sido colocadas em vasos desde tempos antigos. Mas estas flores eram admiradas somente pela sua beleza externa, sem a consciência de suas expressões naturais sutis que flores e ramos podem dar. Nossa tradição, no entanto, usa tanto as folhas quanto as flores para arranjar uma imagem ideal de beleza interior das plantas, uma imagem baseada nas formas naturalmente ocorrentes das plantas e árvores do campo, montanha e lago. É esta forma de apreciação de flores que tem se espalhado por todo país”.
O atual grão-mestre explica que a obra, também chamada de Omaki, faz parte até hoje dos ensinamentos da escola Ikenobo. Segundo ele:
O Senno Kuden defende uma forma de arranjo das flores essencialmente diferente de todas que a precederam. Folhas eram de igual importância às flores. Em vez de simplesmente serem colocadas num vaso, as flores eram arranjadas com uma consciência de que elas por si só refletem a beleza dos vastos movimentos da natureza. A “imagem ideal” das “formas naturalmente ocorrentes das plantas e árvores do campo, montanha e lago” foi a base para uma Ikebana de nova e vital expressão. Não apenas as flores, mas flores, folhas e galhos arranjados juntos sugerem a verdade da beleza da natureza de uma forma que fala aos nossos corações. Mais tarde, isso foi descrito como “colocar para fora a essência da forma natural da planta”.
Segundo Sen’ei Ikenobo, o Senno Kuden é considerado a fundação espiritual da escola Ikenobo de Ikebana.
Até o século 20, todavia, esses ensinamentos eram transmitidos apenas de mestre para discípulo. O poscrito do Senno Kuden adverte:
O precedente manuscrito é de posse secreta desta casa. Esse ensinamento é raramente transmitido para outros. No entanto, apesar da minha idade e doença, eu registrei este ensinamento como um suplemento à instrução oral de acordo com o pedido do mestre Kensei do templo Iwakura de Koshu. Faça todo esforço para se assegurar que ele não seja visto por outros.
Ainda hoje, os ensinamentos são transmitidos de forma lenta e gradual, uma vez que não basta a perícia técnica. O aprendiz precisa compreender na prática, arranjo após arranjo, o verdadeiro espírito defendido por Senno desde o século 16.
Monica Martinez
*As traduções do inglês para o português foram feitas pela autora.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
As origens da ikebana Ikenobo
Segundo Louis Frédéric, autor de Japan Encyclopedia, Ono No Imono era um aristocrata da corte da imperatriz japonesa Suiko. Em 607 d.C., ele foi enviado pelo príncipe Shotoku Taishi em uma primeira missão diplomática à China.
As viagens de intercâmbio deram bons frutos, causando grande desenvolvimento na civilização japonesa, seja na parte tecnológica como na religião e nas artes. Foi o caso da astronomia, arquitetura e literatura, entre outras. Foi na China, também, que Ono No Imono familiarizou-se com os grandes arranjos de flores (tatebanas) ofertados nos altares budistas.
Ao terminar sua missão, Ono No Imono se tornou monge, recolhendo-se a um dos mosteiros budistas fundados pelo príncipe Shotoku, o Templo Rokkakudo, em Quioto. O nome rokkaku deve-se ao formato hexagonal da construção erigida em homenagem a Nyoirin Kannon, deusa da Misericórdia.
O templo Rokkakudo localiza-se perto de um lago (ike em japonês), próximo ao qual Ono No Imono passou a viver em uma humilde cabana (bo). Ao se consagrar monge, ele recebeu o nome Senmu Ikenobo e, entre suas funções religiosas, dedicava-se à confecção de arranjos de flores para o altar do templo. Desde então, no Japão, a ikebana tem sido considerada uma forma de arte, mas também um estilo espiritualizado de vida chamado kado (de ka, flor, e do, caminho).
A partir de Senmu, a palavra Ikenobo passa a nomear a mais antiga escola de ikebana, bem como a família que, por gerações, têm servido de sacerdote do templo Hokkakudo – uma vez que o prefixo Sen é passado de pai para filho primogênito. Atualmente Sen’ei Ikenobo, nascido em 1933, é o 45º. grão-mestre desta escola que busca descobrir a verdade na beleza das flores ao abraçar o Espírito de Harmonia defendido pelo príncipe Shotoku.
Hoje o templo Rokkakudo é o 18° local de peregrinação da deusa Kannon, num roteiro que compreende 33 templos. Além disso, é a sede da Ikenobo Society of Floral Art (Ikenobo Kodokai).
Texto: Monica Martinez
Referências
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
IKENOBO, Sen’ei. The book of Ikebana: part 1. Kyoto, Inebobo Somusho, 1985.
As viagens de intercâmbio deram bons frutos, causando grande desenvolvimento na civilização japonesa, seja na parte tecnológica como na religião e nas artes. Foi o caso da astronomia, arquitetura e literatura, entre outras. Foi na China, também, que Ono No Imono familiarizou-se com os grandes arranjos de flores (tatebanas) ofertados nos altares budistas.
Ao terminar sua missão, Ono No Imono se tornou monge, recolhendo-se a um dos mosteiros budistas fundados pelo príncipe Shotoku, o Templo Rokkakudo, em Quioto. O nome rokkaku deve-se ao formato hexagonal da construção erigida em homenagem a Nyoirin Kannon, deusa da Misericórdia.
O templo Rokkakudo localiza-se perto de um lago (ike em japonês), próximo ao qual Ono No Imono passou a viver em uma humilde cabana (bo). Ao se consagrar monge, ele recebeu o nome Senmu Ikenobo e, entre suas funções religiosas, dedicava-se à confecção de arranjos de flores para o altar do templo. Desde então, no Japão, a ikebana tem sido considerada uma forma de arte, mas também um estilo espiritualizado de vida chamado kado (de ka, flor, e do, caminho).
A partir de Senmu, a palavra Ikenobo passa a nomear a mais antiga escola de ikebana, bem como a família que, por gerações, têm servido de sacerdote do templo Hokkakudo – uma vez que o prefixo Sen é passado de pai para filho primogênito. Atualmente Sen’ei Ikenobo, nascido em 1933, é o 45º. grão-mestre desta escola que busca descobrir a verdade na beleza das flores ao abraçar o Espírito de Harmonia defendido pelo príncipe Shotoku.
Hoje o templo Rokkakudo é o 18° local de peregrinação da deusa Kannon, num roteiro que compreende 33 templos. Além disso, é a sede da Ikenobo Society of Floral Art (Ikenobo Kodokai).
Texto: Monica Martinez
Referências
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
IKENOBO, Sen’ei. The book of Ikebana: part 1. Kyoto, Inebobo Somusho, 1985.
Linha do Tempo
538 d.C. - Data aproximada da introdução do budismo no Japão.
607 d.C. - Ono No Imono é enviado pelo príncipe Shotoku Taishi em sua primeira missão diplomática à China. Tempos depois, ao retornar, consagra-se monge do Templo Hokkakudo, em Kyoto, recebendo o nome de Senmu Ikenobo e devotando-se à arte da ikebana. Desde então, a palavra Ikenobo designa a escola mais tradicional de ikebana, bem como o sobrenome da família responsável pela transmissão deste conhecimento. O atual grão-mestre, Sen´ei Ikenobo, é o 45º. grão-mestre.
1462 - Senkei Ikenobo foi descrito como “o mestre dos arranjos florais” em Hekizan Nichroku, o diário de Unzen Taikyoku, monge zen budista do Templo Tofukuji, de Quioto. Devido a este primeiro registro histórico, o nome de Senkei Ikenobo permanece na história como o mestre que refinou a Ikebana. Pouco depois, o estilo Rikka é codificado pelo grão-mestre Sengyo Ikenobo, durante o período Muromachi (1338–1573). Ele é a base da ikebana, sobre a qual evoluíram todos os outros estilos.
1486 - Kao irai no Kadensho é o segundo manuscrito conhecido sobre Ikebana.
1908 - Tem início oficialmente a imigração japonesa para o Brasil e, com ela, a ikebana chega ao território nacional.
1542 - Senno Kuden – Ensinamentos Orais de Senno Kuden – é redigido por Senno Ikenobo, provavelmente um ano antes da morte do autor, aos 61 anos de idade. Marca a implementação da escola Ikenobo e até hoje é considerado sua fundação espiritual.
1697 - O grão-mestre Sen'yo Ikenobo escreve Kodai Shoka Zukan, uma coleção de pinturas dos trabalhos históricos do Shoka, um estilo mais simples que o Rikka.
Final do século 19 - É desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, mais fácil de ser feito que o Rikka original.
1999- O atual grão-mestre da escola Ikenobô, Sen'ei Ikenobo, desenvolve um novo estilo de Rikka, chamado Shimputai ou moderno. O Rikka Shimputai permite uma expressão mais individualizada, uma vez que não possui regras tão rígidas quanto o Shofutai.
607 d.C. - Ono No Imono é enviado pelo príncipe Shotoku Taishi em sua primeira missão diplomática à China. Tempos depois, ao retornar, consagra-se monge do Templo Hokkakudo, em Kyoto, recebendo o nome de Senmu Ikenobo e devotando-se à arte da ikebana. Desde então, a palavra Ikenobo designa a escola mais tradicional de ikebana, bem como o sobrenome da família responsável pela transmissão deste conhecimento. O atual grão-mestre, Sen´ei Ikenobo, é o 45º. grão-mestre.
1462 - Senkei Ikenobo foi descrito como “o mestre dos arranjos florais” em Hekizan Nichroku, o diário de Unzen Taikyoku, monge zen budista do Templo Tofukuji, de Quioto. Devido a este primeiro registro histórico, o nome de Senkei Ikenobo permanece na história como o mestre que refinou a Ikebana. Pouco depois, o estilo Rikka é codificado pelo grão-mestre Sengyo Ikenobo, durante o período Muromachi (1338–1573). Ele é a base da ikebana, sobre a qual evoluíram todos os outros estilos.
1486 - Kao irai no Kadensho é o segundo manuscrito conhecido sobre Ikebana.
1908 - Tem início oficialmente a imigração japonesa para o Brasil e, com ela, a ikebana chega ao território nacional.
1542 - Senno Kuden – Ensinamentos Orais de Senno Kuden – é redigido por Senno Ikenobo, provavelmente um ano antes da morte do autor, aos 61 anos de idade. Marca a implementação da escola Ikenobo e até hoje é considerado sua fundação espiritual.
1697 - O grão-mestre Sen'yo Ikenobo escreve Kodai Shoka Zukan, uma coleção de pinturas dos trabalhos históricos do Shoka, um estilo mais simples que o Rikka.
Final do século 19 - É desenvolvido o estilo Rikka Shofutai, mais fácil de ser feito que o Rikka original.
1999- O atual grão-mestre da escola Ikenobô, Sen'ei Ikenobo, desenvolve um novo estilo de Rikka, chamado Shimputai ou moderno. O Rikka Shimputai permite uma expressão mais individualizada, uma vez que não possui regras tão rígidas quanto o Shofutai.
Referências sobre ikebana
ABE,Kimiko; KAWAMURA, Tokuko. Ikebana: arte e criação no estilo Ikenobo. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão, 2000.
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
HERRIGEL, Gusty L. O zen na arte da cerimônica das flores . São Paulo: Pensamento, 1995.
IKENOBO, Sen’ei. Ikebana. Japan: Hoikusha, 1989.
__________. The book of Ikebana: part I. Kyoto, Ikenobo Somusho, 1985.
__________. The book of Ikebana: part II. Kyoto, Inenobo Somusho, 1979.
__________. The book of Ikebana: part III. Kyoto, Ikenobo Headquarters, 1981.
__________. The book of Ikebana: part IV. Kyoto, Inebobo Headquarters, 1981.
MIO, Mio. Ikebana. Rio de Janeiro: Embaixada do Japão, 1961.
SOUZA, Valderson Cuiabano Silvério de. Flores vivas: a presença do Ikebana Ikenobô no Brasil. 369 p. Dissertação de mestrado. São Paulo: FFLCH/USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de Sâo Paulo), 2007.
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Ikenobo Ikebana Floral Art.
FRÉDÉRIC, Louis. Japan Encyclopedia. Cambridge: Harvard University Press, 2005, p. 755. Acesso em: 17 jan 2011.
HERRIGEL, Gusty L. O zen na arte da cerimônica das flores . São Paulo: Pensamento, 1995.
IKENOBO, Sen’ei. Ikebana. Japan: Hoikusha, 1989.
__________. The book of Ikebana: part I. Kyoto, Ikenobo Somusho, 1985.
__________. The book of Ikebana: part II. Kyoto, Inenobo Somusho, 1979.
__________. The book of Ikebana: part III. Kyoto, Ikenobo Headquarters, 1981.
__________. The book of Ikebana: part IV. Kyoto, Inebobo Headquarters, 1981.
MIO, Mio. Ikebana. Rio de Janeiro: Embaixada do Japão, 1961.
SOUZA, Valderson Cuiabano Silvério de. Flores vivas: a presença do Ikebana Ikenobô no Brasil. 369 p. Dissertação de mestrado. São Paulo: FFLCH/USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de Sâo Paulo), 2007.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
As origens da ikebana
Ikebana (de ike, vivificar, e bana, flor) é uma arte tradicional japonesa.
Sua origem remonta ao século VI, período de intenso intercâmbio cultural entre China e Japão. Neste momento em que o budismo é introduzido no Japão, via Korea, os japoneses acolhem igualmente o hábito de colocar flores nos altares. Tratavam-se das tatebanas (de tateru, colocar as flores em pé, na vertical).
“Muitos são os estudiosos que acreditam que a própria origem do Ikebana está ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda. Mas, por outro lado, não podemos esquecer que antes do Budismo ser introduzido no Japão já havia o costume de se oferecer flores aos deuses”, dizem Kimiko Abe e Tokulo Kawamura, autoras de Ikebana – Arte e Criação no Estilo Ikenobo. O mais provável, portanto, é que tenha havido uma convergência de práticas.
No período Heian (794-1192) a prática de arranjar flores em vasos descola-se das oferendas budistas, popularizando-se entre a aristocracia local. Os poemas e escritos daquela época, como A antologia de Waka (Kokin Wakashu), do início do século 10 d C., e A História de Hikaru Genji (Genji Monogatari), do século 11, contêm descrições vívidas da elite apreciando os arranjos.
Já no período Kamakura (1192-1333), quem abraça a arte de arranjos florais é uma nova e poderosa elite formada por guerreiros (samurais). A mudança social provoca alterações no estilo de vida e na própria arquitetura, como o surgimento nas residências de tokonomas – espécies de alcovas sagradas localizadas na sala de visitas (zashiki). Segundo o Livro de Ikebana (Ikenobo Kaden-sho, Part I), é o tokonoma que passa a ostentar o vaso com arranjo de flores, bem como incensos e velas.
Leia também
As bases filosóficas da ikebana: Budismo
As bases filosóficas da ikebana: Bushidô
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